sábado, 19 de junho de 2010

O cliente tem sempre razão... NOT!


Olá queridos amiguinhos

Não sei se vocês estão cientes da situação, mas Pernambuco tá se acabando debaixo d’água. Os banhos de chuva já viraram uma constante na minha vida, e a gripe me agarrou de um jeito que nem uma periguete desvairada faria. Mas isso não tem nada a ver com o assunto, só toquei nesse ponto porque sou eu que mando na joça dessa sessão e faço o que quiser. >:(

Outra coisa que não tem nada a ver com o assunto de hoje, mas que me ocorreu agora é a questão do linguajar que uso ao escrever nesse blog, por vezes utilizando jargões e termos considerados de baixo calão. Sou um pesquisador, ou seja, tenho subsídios suficientes para escrever textos de níveis acadêmicos nesse blog, só decidi não fazê-lo. Primeiro porque não estou escrevendo para uma revista científica. Segundo porque acredito que todas as duas pessoas que lêem o blog possuem mais de 18 anos. E terceiro, como supracitado por mim mesmo no parágrafo anterior, sou eu que mando nessa joça, e conseqüentemente faço o que quiser. Se por alguma razão, você se sentir incomodado por alguma coisa que escrevi, tenha a mais pura certeza que eu não dou à mínima.

Mas, votando ao assunto principal...

O post dessa semana é uma homenagem e um grito de alforria a todos os designers que já tiveram o imenso desprazer de ter como cliente um grandessíssimo “filha da puta”. Jogue o primeiro esquadro o designer que nunca teve a vontade de mandar um cliente ir para aquela região obscura onde o Sol não dá as caras.

Quem cunhou a frase “o cliente tem sempre razão” merece ser jogado e esquecido em um centro de tratamento psicológico. Porque não, o cliente NÃO tem sempre a razão. Na maioria das vezes, o cliente é um ser que não sabe o quer e não sabe o que um designer faz.

Qual designer já não ouviu: “eu quero uma coisa parecida com aquela, mas que seja diferente, entende?”. Porra, não entendo! Ou uma coisa é parecida ou ela é diferente. Não seria muito mais simples se ele dissesse: “Eu quero essa parte do projeto parecido com aquele outro, mas o resto eu quero que seja diferente”. Mas para que facilitar a vida de uma pessoa que ganha a vida fazendo desenhinhos, né?

Porque é isso que esses clientes pensam que nós fazemos. Desenhinhos. Fazer o site ou cartaz ou produto ficar bonito. Pensam que passamos quatro anos das nossas vidas filosofando sobre o feio e o bonito. Não fazem a mínima idéia que fazemos coisas tão versáteis e multidisciplinares, tão boas ou melhor do que qualquer outro empresário ou administrador.

Tal cliente é um ser muito imprevisível. Sério. Os prazos propostos para entrega de projetos é uma eterna incerteza, a qualquer momento pode mudar, e na maioria das vezes, o prazo diminui. Aquele projeto que estava marcado para ser entregue nos próximo mês, deverá ser entregue daqui a dois dias. Mas não tem problema nenhum, já que você só faz desenhinhos, né?

E a pior, por algum motivo que até agora desconheço a origem, corre um boato a boca pequena entre as pessoas que buscam o serviço de design, que quanto menos você estiver disposto a pagar, melhor o serviço será. De algum modo, acham que o designer pode viver muito bem sem um teto e sem comida. Por que é a única explicação dessas pessoas pensarem que os designers trabalham de graça.

Já vi um desses clientes quase sofrer um ataque cardíaco quando eu falei que para fazer uma marca, junto com a papelaria, custaria cerca de R$ 1.200,00. Ele disse que esperava ter que pagar “duzentão”. Não dá nem para dialogar com uma criatura como essa. Se quiser um trabalho profissional, procure um profissional. Se quiser um trabalho amador, procure pessoas que fizeram o curso de “designer”.

Mas não acaba quando esse sujeito, por algum milagre da natureza, aceita pagar o valor. A partir do momento que o designer começa o trabalho, esse cliente sente-se no direito de transformar a sua vida no mais profundo, ardente e grotesco inferno.

Não adianta argumentar que colocar um background rosa em um site de motoqueiros vai transmitir uma idéia equivocada. Não adianta você mostrar que não dá para enxergar o texto se for colocado em cima de uma imagem. Não adianta dialogar que colocar um detalhe amarelo sob um fundo branco não vai adiantar de nada. O cliente vai sentir no direito de fazer o que quiser, como quiser e quando quiser.

Não estou querendo generalizar, sei que existem clientes que agem o oposto daquilo que descrevi. Mas essas pessoas são tão raras, que o IBAMA esta querendo colocá-los na lista de espécies em extinção.

Sei que essa profissão é difícil. Que o designer é obrigado a trabalhar com essas peças. Mas eu recomendo a perder as estribeiras ao menos uma vez. Escolha o cliente mais FDP e mande-o, com todo o respeito possível, fazer o favor de foder-se. Sua alma lhe agradecerá.

E por hoje é só pessoal!

Elton R. Vieira | @EltonRVieira

Ps.: O post foi escrito ao som de Seu Jorge and Almaz. Recomendo!

Bookmark e Compartilhe

0 comentários: